Seja bem vindo!

Registraremos viagens comuns, de pessoas comuns. Mas como gostamos: livres, sem uma sequencia de compromissos e obrigações, decidimos o que fazer em cada lugar. Como na música de Kleiton & Kledir:
vou pra onde o vento vai...

...E aí
Seja o que for
Nós, ao sabor do vento...




sábado, 22 de janeiro de 2011

Chega a hora da volta...

Enfim, é chegada a hora de voltar! Só uma coisa consola: quando estamos de moto, a viagem de volta também é parte da diversão, assim, mesmo que leve muitas (e o que são muitas?) horas, estamos aproveitando todas. A depressão pós férias é adiada para o momento em que desligamos a chave da moto, e não para a hora da saída (de carro, a "deprê" inicia ao ligar o motor pra voltar, não é? Por avião, ao entrar no dito cujo ou mesmo ao arrumar as malas, não é assim?).
Pórtico de Santa Vitória do Palmar

Na verdade, a diversão viajando de moto é deixar a vontade e o vento levar, precedido da escolha genérica do caminho a seguir, o resto fica para decidir no caminho, à deriva. Nesta vez decidimos ir a Porto Alegre pelo caminho mais tradicional (via Pelotas, BR-116): na viagem anterior usamos um caminho aventureiro nada usual: pegar a balsa de Rio Grande para São José do Norte (o link mostra mapa), seguindo junto ao litoral norte do RS pela BR-101 ou RS-101, conhecida como Estrada do Inferno nesse trecho... mas essa é outra história.

Saímos da Barra do Chuí pelas 9h, planejando chegar em Porto Alegre para decidir se seguiriamos pela BR-116 ou pegaríamos a BR-101 (que está em obras). Esse trecho é só de retas, pode-se manter velocidade alta constante, é rápido e tranquilo. Próximo a Porto Alegre o trafego fica pesado, mas de moto não se sente muita diferença ali.


O resto da viagem foi agradável e não teve novidades, incluindo a passagem pelo Taim com pausa para fotos. O Taim, se voce não sabia, é uma reserva ecológica importante, para ter uma idéia veja na foto panoramica a seguir.

Praticamente não choveu, neste dia usamos as capas de chuva meia hora apenas por precaução, pois paramos na Casa das Cucas (uns 150 km antes de POA) para um lanche e colocar capas.

Tradicional foto de motociclista no Taim


Inicio do Taim e distancias
Pouco antes de Porto Alegre, ponderávamos Claudia e eu pelo comunicador do capacete a decisão entre as vantagens do caminho pelo litoral e do interior. Principalmente: litoral via br101, pista em grande parte duplicada mas com movimento intenso; interior via br-116, pista simples e visual agradável, pouco movimento comparativo. 

Por experiencias anteriores, o melhor é a BR-116, principalmente no verão. Mas o que fez a decisão definitiva (e se comprovou uma decisão acertada) é que a previsão de tempo para o litoral era de haver chuva e ventos. A previsão virou muita chuva mesmo principalmente em Laguna e Joinville, quem bom que não passamos lá...


Hotel em Farroupilha
Chegada 19h em Farroupilha, que é um caminho excelente para evitar o trecho de serra da BR-116; pernoite em hotel agradável (foi o Hotel Don Francesco desta vez, não conseguimos usar o Di Capri por estar lotado).

Saída as 8:30h no dia 19, estrada ótima, seguimos por Flores da Cunha e Antonio Prado (para desviar a serra de Caxias na BR-116, que passa por São Marcos, onde é horrível): recomendamos, é uma alternativa excelente!

Pouca chuva também nesse dia (usamos capa por meia hora), já chegando em Curitiba; nesse trecho mantivemos velocidade média acima de 100 km/h, o que é difícil de conseguir na BR-101, mesmo com pista dupla. Se quiser ver o trajeto da viagem, clique aqui.

Chegamos na Star News (autorizada BMW) as 18:20h para deixar a moto para lavar; uma vergonha perder quase 40 minutos para fazer os últimos 20 km na linha Verde. Fomos para casa de carona com o Ike, da revenda. Daí em diante, foi só desmontar as malas...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ainda "Colados" no Chuí


O plano original era ficar na Barra do Chuí só dois dias, de 13 a 15. Como só chegamos dia 14, para compensar o atraso resolvemos estender mais um dia, até dia 17...

Pode ser que pareça, aos desavisados, que faltem ocupações movimentadas e ativas na Barra do Chuí. Para quem olhar melhor, contudo, descobrirá: de fato não tem nada movimentado e ativo. O que tem é o tempo passando entre o café da manhã, a ida à praia (caso você queira andar toda ela, são mais de 250 km de praia, até a cidade de Rio Grande), observar o movimento na praia a partir do único bar de praia na Barra do Chuí (um trailer / bar chamado "Náufrago"), subir os molhes, olhar os uruguaios que tem sempre uma garrafa térmica (o "têrmo") e uma cuia de chimarrão no braço, gelar os seus pés desacostumados na água do mar ou entrar de corpo inteiro como os banhistas locais, pegar um sol de rachar (enquanto chove no resto do Brasil aqui no RS há seca).

Voce ainda pode percorrer a "longa" rua principal, que leva da entrada da cidade até o mar, e que se chama "carretera", influência uruguaia. Coisa única, esse passeio olhando as casas e o mar... se você souber aproveitar um passeio desses irá para o céu (caso não goste, é exclusivamente sua culpa, talvez esteja em pecado).


Se cansar das intensas atividades pode aproveitar o horário mais quente do dia descansando no ar condicionado do hotel (são poucos quartos assim, e voce pagara mais por isso) ou contentar-se com um ventilador, enquanto aguarda a noite com um dos céus mais lindos do sul do país; noite já instalada, passa a ponte sobre o Arroio Chuí, e vai à pizzaria rústica da Barra Uruguaia (chama-se "Um Lugar'), onde se faz uma pizza quadrada maravilhosa e se puede beber una cerveza Patricia.

Mais um dia... A família gaúcha sabe receber pessoas com carinho (pelo menos família da Cláudia): aperitivos, chimarrão, petiscos, almoços e jantares com comida caseira, mas muito saborosos, cerveja e, se o frio ajudasse, vinho. O melhor é o que acompanha a comida: uma conversa gostosa, descompromissada, que também flui como ao sabor do vento, variando desde o estado da economia até o tema da novela e a história dos Campos Neutrais.

E assim, após aproveitar cada minuto de uma estada em que a única ocupação é não se ocupar, e em que a maior obrigação é não gerar obrigações, chega a hora de ir embora.

Malas por arrumar, as poucas coisas compradas nos free shops também precisam ser acomodadas nas malas da moto, pois desta vez esquecemos de despachar roupas que não usaríamos no trajeto de volta pelo Correio, como em outras vezes fizemos, para liberar espaço. Daí começam os dilemas: e esta lata de amendoim com mel, levamos ou deixamos? E a barra de chocolate, onde não pegará calor? E a garrafa de água mineral? Dobra as roupas ou fazemos rolinhos? Leva algum tempo, mas as soluções aparecem e, enfim, coube tudo (menos uma água mineral de litro).

domingo, 16 de janeiro de 2011

Barra do Chuí



Muitas vezes o vento nos leva onde está nosso desejo...

...e ele nos trouxe novamente para a Barra do Chuí, que é uma praia localizada no extremo sul do Brasil, sabe aquela pontinha do Rio Grande do Sul que praticamente entra no Uruguai? Aí!

Minha família de origem é daqui, por isso meu olhar é amoroso, dizem que até - tendencioso... tudo bem, posso olhar com os olhos do coração, mas a julgar pelo número de pessoas que "veraneiam" por aqui, não estou sozinha nessa...

Chega-se pelo Chuí, que é a divisa com o Uruguai. O Chuí tem o lado brasileiro e o lado Uruguaio, separado por um canteiro apenas. No lado brasileiro, nada de mais, mas no lado uruguaio - os Freeshops!!! Existe algo mais gostoso do que entrar e sair de loja em loja olhando e comprando o que precisa e o que não precisa, mas pode vir a precisar, então para prevenir...

O limite para compras é até o valor de U$300,00 por pessoa. Mas de moto, de que adianta limite? Mas a gente olha tudo como se pudesse carregar, não gasta e se diverte.

Este é um freeshop que acabou de inaugurar, lindo, com atendimento de primeira e com um abençoado ar condicionado!
Como toda a fronteira, um monte de gente "enlouquecida" percorrendo tudo... eles e nós! as vezes uma pausa para um "Pancho" (que é nosso cachorro quente , mas com uma salsicha ENORME!!) acompanhado de Pomelo e alfajores (eu gosto mais dos daqui do Uruguai). Ah! Ainda tem os folhados de marmelo na "Panaderia" da praça no lado uruguaio, se der sorte vão estar quentinhos... você vai se queimar, mas não aguenta esperar esfriar...
Não, nós não viajamos só para comer... mas dedicamos uma boa parte do nosso tempo da viagem para curtir o prazer que é experimentear alguma coisa nova da região ou comer coisas gostosas que trazem lembranças boas do que se viveu...

O povo uruguaio é doce e gentil, então é muito fácil conviver com eles... eles gostam dos brasileiros e isto faz toda a diferença!
Ao se despedirem nos desejam "suerte"... ou nos dizem: - merecem!

Por falar em povo amoroso, estamos aqui na Barra do Chuí... Ah, a Barra!!
A nossa família estava a nossa espera, na chegada, um churrasco de ovelha, aquele de gaúcho... e muita "Patrícia", a barrigudinha! (é a deliciosa cerveja do Uruguai).
Nossa família, como bons gaúchos que são, nos acolhe com todo o carinho, com a alegria de gente feliz! Quando vamos embora, sentimos uma saudade da gostosa da conversa na roda do chimarrão...

Aqui está o Farol mais lindo! Foi erguido em 1910 e funciona até hoje, consta que é o farol mais poderoso do Brasil, seu facho atinge 80 Km!
Não nos pergunte quantas vezes subimos e fotografamos, é quase um ritual...
Fica aberto à visitação duas vezes por semana e a vista lá de cima , depois de subir 30 metros de degraus, é maravilhosa! Ele fica no lado brasileiro, a sua direita está a Barra Uruguaia e a sua esquerda a Barra do Chuí.

Na foto da direita dá para ver o arroio, que é a marca divisória das duas Barras e fronteira Brasil-Uruguai Antes ele mudava de lugar na saída para o mar, mas agora está "preso" por molhes; ele fica imponente abaixo do farol, é lindo. Este ano, o arroio está tão baixo que dava para tomar banho com água pela cintura! Para quem gosta de água MUITO gelada!!!

Por fim, Iemanjá abençoa a todos que por aqui passam... Não é longe, vem prá Barra você também!













sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A quinta feira 13... já pensou se fosse sexta?

Não somos supersticiosos, Cláudia e eu. Mas, como nos disse a Simone, uma especialista em numerologia que depois conhecemos em Atlântida (UY), não dá para desprezar evidencias... Mas julgue o leitor!

Saímos de Buenos Aires mais tarde que o planejado (uma ocorrencia realmente excepcional em nossas viagens). Sairíamos pelas 8:30h, entre as últimas combinações para o retorno da Le e Mari, a lembrança de que não tínhamos tirado fotos com a moto na Recoleta, os acertos no hotel, uma conversa com um colega motociclista de SP, achar a chave da moto (tinha ficado no quarto e não na bagagem), saída: 10:30h.
Buenos Aires em transito normal...

Primeira ocorrencia do dia: o GPS demorava a (re)calcular a rota e dizia: siga para AU-9 e RN-14. Claro que ele estava certo... mas como eu chegaria na AU-09, a magnífica estrada que nos trouxe a Buenos Aires? Só faltava ele dizer isso, é mole?

Enquanto eu pensava o que fazer para funcionar o GPS, resolvi ir andando pelo caminho que conhecia, e depois mudei o destino para uma cidade na saída, bem perto de BsAs, o que facilitaria o calculo da rota pelo GPS. Deu certo, mas como eu tinha andado umas quadras em direção ao centro, o GPS roteou pelo trajeto mais curto e, em lugar de sair logo para a AU-9 (perto do hotel) levou-me pelo centro, com movimento pesado, calor infernal, congestionado. Bem, não daria ainda para dizer que foi azar de dia 13, era um acaso...

A RN-14 e uma de suas pontes
Seguimos atrasando no trânsito e, quando chegamos na AU-9 pareceu o paraíso... 140 a 160 km/h, seis pistas de ida para viajar... durou uns 80 km, e pegamos a famosa RN-14. A estrada é boa, belas pontes, e tínhamos muito cuidado com a velocidade permitida. Muitos nos alertaram para a região, "paraíso" da polícia de Entre Rios, referida pelos argentinos por "molestar" os viajantes: lembre que molestar não tem o mesmo significado em espanhol e português, para eles é mais como "incomodar"; mas muitos motociclistas brasileiras concluiram que o significado oculto e verdadeiro é molestar em português, mesmo. Julgue pela continuação deste.

Gasolina em falta: Saindo de Buenos Aires, ainda na AU-9, e entusiasmado pela rapidez permitida pela estrada, deixei passar alguns postos de gasolina grandes... estava mais tranquilo, afinal, mesmo com a falta de moeda nos caixas eletronicos eu tinha conseguido sacar pesos suficientes (no Citibank) para abastecer na viagem, e parecia que a falta de combustível era coisa do passado... e aqui começaria um sufoco: começamos a buscar um posto para abastecer quando o computador de bordo dava uma autonomia de mais de 160 km. É incrível estar numa rodovia de pista dupla, largos canteiros, asfalto impecável e postos escassos, e quando tinha posto não tinha gasolina. Paramos em um posto grande (Shell) quando a autonomia era de 22 km. Não havia "nafta", e o frentista disse que o próximo era a 20 km, na pista contrária, e garantiu que haveria combustível. Estava um calor infernal (termometro marcando 33° C) e pedi que pelo menos me arrumasse 1 litro de gasolina para evitar o risco de ficar na estrada. Nada feito. Recomendou-me que esperasse um caminhão passar e fosse atrás dele para evitar a resistencia do vento!!! Dito por um frentista de posto!

Saimos apreensivos, Cláudia mais que eu, pois eu contava que se mantivesse 70 km/h aumentaria a autonomia pois faria uma média melhor que antes. A essa velocidade, 20 km demoram a passar. Vimos o posto, e ironicamente a "bandeira" não era Esso, YPF, era "Bandeira Branca" mesmo; estava na outra pista, fizemos um retorno bem devagar (pois ali estavam parados dois carros da Gendarmeria, um tipo de polícia argentina)  e conseguimos chegar, mas cheguei com autonomia zero. Havia combustível, mas segundo o frentista tinha chegado há pouco. Abastecemos, vimos um furgão pequeno e estranho abastecendo também, cheio de equipamentos eletronicos com luzes piscando dentro, portas abertas na traseira. Tomamos água e comemos batatas fritas, pois seria o almoço. Na saída, o dia 13 atacou: um desleixado pintor estava usando uma pistola para pintar o teto do posto (de branco, claro), e o vento espalhou a tinta deixando a moto cheia de pintas brancas... que vontade de chutar alguém, mas... país estranho, pessoal grosseiro, desisti. Cláudia limpou um tanto, resolvemos prosseguir e deixar para limpar em casa. Fizemos o retorno novamente para a pista oposta, e passamos pelo furgãozinho branco parado logo após o retorno, mas estávamos devagar... era um radar móvel disfarçado, sem indicações de ser da polícia, próximo a placas sequencialmente 120/100/80 km/h.

Velocidade, não em falta... Apreensivo, segui muitos quilometros dentro dos 120 km/h, e cuidando pois em retornos, como o que estava o furgão antes, a velocidade diminuía para 100 e depois 80. Embora os argentinos passassem muito rápido sempre, resisti bravamente, pois me faltavam uns 50 km para sair da Argentina. Não adiantou muito: Passamos mais um furgão daqueles, dentro da velocidade (pelo menos acho) correta, novamente perto de retorno com placas mandando reduzir para 80. Os argentinos que estavam à minha frente passaram a uns 150 km/h e pareciam enlouquecidos, querendo parar no acostamento, retornar, fazer qualquer coisa. Eu prossegui tranquilo. Fui parado em baixo de um viaduto, o policial olhou todos os documentos, carta verde, faróis, tudo. E disse que lamentava, mas me "molestariam" por excesso de velocidade, pois eu havia passado a 104 km/h quando estava na placa de 80, no radar do furgão... não houve argumento, negociação, nada que fosse aceito ou ouvido.

Levaram para um trailer meus documentos, chamaram-me um tempo depois. O policial, educado e afável, me chamava pelo nome, e repetia que excesso de velocidade é falta grave, que a multa era 1160 pesos (mais de 500 reais), que no Brasil perderia a carteira. Não adiantou eu dizer que estava reduzindo ainda naquele ponto, que outros carros passaram direto à minha frente. Disse-me que os argentinos pagariam a multa em casa, mas como estrangeiro precisava pagar ali, para ele, senão a moto ficaria retida, teria que pagar armazenamento, retirada, transporte... Eu argumentei (e era verdadeiro) que só tinha 100 pesos, ele disse firmemente: "Pedro, isso é uma multa, não tem jeito. Ou paga ou fica a moto. A não ser que queira ir até a cidade próxima (Gualeyguachu) sacar o dinheiro do caixa automático. Nós lhe levamos, você tem ainda limite no cartão? Quando sacou da última vez?" Eu concordei que se essa ara a única alternativa, faríamos isso.

Outro policial já estava de capacete na mão, me esperando para buscar o dinheiro... daí perguntei se podia pagar em dólares... e podia. Lá se foram 300 dólares, os últimos recursos em moeda que eu tinha. Em troca recebi um recibo de multa impresso no local, com carimbos de verdade e um monte de indicações de infração, mas nenhuma mencionava excesso de velocidade... É duro aceitar o achaque, e estranha a forma do preenchimento... mas isso deixei para pensar depois. Fica como mais um alerta do tipo que você vê muitos na internet: fuja da província de Entre Rios e especialmente da RN-14. Mesmo os argentinos com que falei antes dizem que ninguém escapa sem ser pedagiado...

A multa está aí. Tirei alguns identificadores, pois fica pública.Veja quantas violações juntas nela aparecem, nenhuma menciona o alegado excesso de velocidade. Engano? Está contida na última menção? Não desrespeitei nada chegando ao posto de controle, e estava mais devagar que nunca... Não sei se adianta pensar nisso, já foi muito, mas muito aborrecido o quanto já busquei pensar no que errei, se na velocidade ou na conversa com os policiais. Mas vou entrar em contato com o Consulado da Argentina. Não quero me defender da multa, acho tarefa espinhosa e inócua. Quero apenas saber se eles tem esse arbítrio truculento de dizer o quantas normas violei e reter meu veículo, sem defesa. No futuro, coloco aqui a resposta. Não sei quanto é diferente no Brasil quanto à multa, mas pelo menos sei que não podem reter veículo com passageiro, ao menos por motivos como o que legaram que fiz.
Nunca tão poucos fizeram tantas infrações de uma vez...

Foi o que bastou para eu querer sair desse país o quanto antes, e 30 km depois entrei no Uruguai por Fray Bentos. É incrível a sensação de paz e segurança que sinto no Uruguai, talvez por nunca ter sido achacado ali, e os policiais sempre foram educados. Não é o paraíso, mas foi uma desgraça a experiencia com a polícia de Entre Rios.
Estrada e palmeiras: combinação uruguaia
Curiosidade: na migração da Argentina para o Uruguai, mais brasileiros que transgrediram as normas de trânsito (um deles, que conseguiu negociar a multa, teria que pagar 2200 pesos porque tinha o engate de reboque, num Corsa!
Chegando a San Jose

Ah! o Uruguai... As estradas uruguaias são magníficas, o transito escasso; nesse trecho havia um volume pouco maior por ser um corredor de caminhões transportando via aduana de Fray Bentos. Mas nada que se compare ao transito no  Brasil nas principais estradas que usamos.

Andar por estradas ótimas, com motoristas educados que, quando andam devagar por serem carros velhos e caminhões, saem para o acostamento para que você passe... é realmente um povo cortês. No Brasil, isso não poderia ocorrer pois por lei é proibido trafegar no acostamento.

Trechos longos em reta permitiam velocidades altas. Apesar da experiência desagradável na Argentina, apostei que no Uruguai a quinta feira 13 teria esgotado os azares... e acertei. Nada mais excepcional aconteceu.

Abastecemos normalmente a boa gasolina uruguaia (usando cartão), e fizemos lanches honestos (só em "efetivo", mas eu tinha os 100 pesos argentinos, aceitos sem problema), o que tornou a paisagem mais agradável... só o calor muito grande, mas, podendo andar e usar o vento, sem problemas.

Como variação de tema: Numa dessas paradas, comprei uma revista espanhola (datada de um ano) com um comparativo entre a BMW K 1300 GT e duas outras concorrentes inexistentes no mercado brasileiro (Honda PanEuro 1300 e Kavasaki GTR 1400). Seria suspeito eu dizer que lendo a reportagem a BM é superior às outras, ou seria porque não entendo bem espanhol? Tenho a revista para um tira-teima. Para os curiosos, as fotos:





Seguimos pela Ruta 2 até a cidade de Cardona e depois a Ruta 11 nos levou até a ruta interlitorânea (que liga Colonia del Sacramento, Montevidéu e Punta del Este), mas adiante de Montevidéu e seu tráfego. Mesmo sem ser necessário usar o GPS, o mapa estava exato; apesar dos atrasos chegamos à margem do Rio da Prata, em Atlântida, passados um pouco das 20:30h, sol poente. Pesquisamos por hotéis no GPS, mas só achamos um por indicação, perfeito para o que queríamos: dormir com conforto. Atlântida nos surpreendeu pelo movimento de veranistas, incluindo brasileiros, e ali jantamos no La Pasiva com duas gaúchas de Bento Gonçalves, chamadas Simone (a numerologista do início deste post) e sua tia, Vera. Conversa agradável, jantamos pizza e fomos dormir, para no dia seguinte sair para a Barra do Chuí. Mas esta é uma história que a Cláudia contará melhor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mais um pouco de Buenos...




Buenos Aires é para se conhecer a pé, olhando todos os detalhes das fachadas, dos parques, parando de vez em quando pra um café no Havanna, sorvetes Freddo e Persicco, (por que tudo tem letras duplas?) com alfajores, lógico...

Para quem gosta de luxo, casas antigas extremamente conservadas e gente bonita, Palermo Chico é o lugar. A maioria das embaixadas estão concentradas alí, são lindas...

A flor abre ao amanhecer, imponente, tomando conta do parque, linda! Não há quem passe sem admirar e parar para uma foto. À noite fecha as pétalas. É o que nos informam os guias... mas quem tem tempo para ver a abertura e fechamento com tantas coisas a fazer ainda?


O MALBA - Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires é imperdível, pela sua arquitetura, pelo seu acervo de obras de todo o mundo e pelas exposições temporárias, tudo vele a pena ver.
Diego Rivera, Frida Kahlo, Di Cavalcanti, Andy Warhol são alguns dos nomes presentes com suas obras...

A exposição que visitamos agora é de Marta Minujín, obras 1959-1989. Uma viagem pelo inusitado, as obras dessa artista são supreententes, como deve ter sido sua carreira. No museu, um filme conta como, em Paris, ela promoveu em uma ocasião a destruição de suas obras (construções em madeira e pano) em um espaço público, com muitos amigos artistas ajudando a demolir tudo e depois incendiar, que rendeu até chamada a bombeiros. É difícil descrever as obras, mas dá para ter uma idéia de sua arte com a foto seguinte...


Ao entrar em uma instalação construída como um quarto, a surpresa é a obra de arte representando um casal conversando na cama... só que o casal não são bonecos, são duas pessoas mesmo, e conversam enquanto você aprecia a obra... ao tirar uma foto, eles nem mostraram tomar conhecimento de nós!!


Mais uma parada cultural, no Museu do carro antigo do ACA de Buenos Aires; é uma viagem no tempo, um tempo que nem tinhamos nascido, que alegria... está cada vez mais difícil ver carros mais velhos que nós! Lá estão os primeiros carros utilizados na cidade, pelos idos de 1900, e fotos antigas mostrando as famílias proprietárias. Também os primeiros carros de corrida e motocicletas da época, belo acervo.

Amanhã as meninas seguem para casa e nós continuamos nossa viagem para casa, e, se o vento nos levar como eu gostaria, passaremos antes na Barra do Chuí (se retornarmos pelo Uruguai)...

Ainda não está certo o trajeto, pois poderíamos retornar por Uruguaiana (conhecendo cidades no interior do Rio Grande do Sul, ou voltando por onde viemos, seguindo a Ruta 14 até Barracão ou Foz do Iguaçu, retornando daí a Curitiba. Vamos ver como estará o vento...

Mas, antes de ir, um brinde aos gostosos momentos que passamos em Buenos Aires...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Que bom, ainda tem mais!!

Começamos pelo Cemitério da Recoleta, Evita e todos os Mausoléus enormes e ricamente trabalhados, impresiona! Vale ver.

Por sugestão do motorista de taxi, sabedor da história de Buenos Aires, quando estávamos a caminho de Palermo Soho, paramos no parque "El Rosedal", MUITO lindo, segundo informações, com mais de 2.000 tipos de rosas, que exalam um perfume gostoso! Não se fala muito nos guias de viagem, mas como procuramos sempre viver o dia a dia das pessoas, vamos procurando onde o povo do local está... temos descoberto coisas bem interessantes!
Bom é que em Buenos aires se pode sentar em uma café na calçada e ficar conversando o tempo que quiser, sem que pedintes venham incomodar, principalmente na Recoleta, onde é mais tranquilo. As pessoas não tem pressa para sair dos restaurantes, dos cafés, é tudo curtição...

Em Palermo Soho, andar pelas ruas descoladas, com lojas de designer modernas, diferentes é tudo de bom! Nada alí é convencional, desde o nome as lojas até o pessoal que frequenta o bairro, vale a pena uma tarde passeando e conhecendo tudo...
Muitos objetos de arte, roupas de vanguarda, bijouterias diferentes, enfim, tudo de moderno, caprichado e bem conservado em um só bairro!
Olhem o nome da loja:

Lá é possível encontrar decoração Shabby Chic por tudo, que para nós mulheres é como viver um sonho, com rendas, florzinhas, e tudo que há de mais feminino... para os homens, sempre há boa música e cerveja para ficar aguardando as mulheres nas comprinhas... é bom encontrar um bom lugar, porque tudo isto pode demorar!! Como há muitos, vai ficar tudo bem!!

Quantos cafés tomamos por aqui, também, um em cada esquina... um aconchego para um turista exausto e satisfeito...


E o Show de Tango? Sim! Já tínhamos visto algumas vezes, mas desta vez resolvemos ver algo tradicional, menos Broadway e fomos até a "Esquina Homero Manzi", e foi muito legal! Os cantores, um homem e uma mulher cantavam divinamente e os dançarinos ótimos, nem percebemos o tempo passar... ah! o jantar, novamente uma deliciosa carne! Boa comida, vinho, música e companhia excelente... o que mais se pode querer?

Buenos Aires é assim, para se viver intensamente e calmamente, com tempo e vontade e conhecer mais esta cultura tão diferente da nossa no Brasil.

Nos encanta como as pessoas aproveitam sua cidade, seus parques e os lugares públicos, o que dificilmente acontece no Brasil. O inseparável chimarrão, os amigos, e o não fazer nada nos momentos qm que não se precisa fazer nada, faz com que esta cidade esteja sempre alegre, com a energia que só as pessoas podem passar...

Amanhã tem mais Buenos...

Ah! Buenos Aires...

Chegamos em Buenos Aires ontem, domingo, a cidade estava calma, quase vazia...
fomos direto para o Hotel, na Recoleta encontrar minhas filhas que vieram de avião. Elas não conheciam Buenos Aires e nas primeiras horas por aqui já estavam encantadas...

Esta é a vista do quarto do nosso Hotel, a igreja Nossa Senhora do Pilar e o Cemitério da Recoleta. Este é um lugar ótimo para se ficar, porque é um bairro seguro, bonito, afastado da Muvuca do centro, com muitos cafés e lojas bacanas. Passear a pé pela Av. Alvear e outras daqui do bairro é um colírio para os olhos...

Ao entardecer, um sorvete de Dulce de leche, passeio pela Recoleta e "El palacio de le Papa frita" comer um belo Lomo com "papas soufflé", que são batatas fritas infladas, que só se encontra por aqui...

Comprinhas no Buenos Aires Designer, que é de enlouquecer qualquer um, principalmente as mulheres...coisas para casa, tudo muito descolado, colorido, DELICIOSO!!

Seguimos caminhando para San Telmo, almoçamos ao som de Gardel e apreciando um belo Tango, tudo com direito a fotos e muita diversão...

Andamos rua por rua olhando e curtindo as fachadas das antigas casas, descobrindo lojinhas de roupas que pareciam sáidas de uma revista!

Descobrimos galerias com diversos antiquários e artesanatos locais...

Em Montserrat fomos mostrar a Plaza de Mayo e a Casa Rosada para as meninas...
Foi uma bela surpresa ao chegarmos na Catedral Metropolitana, um senhor do local nos falou que estava quase na hora da troca da guarda no Mausoléu de San Martin.
Alí podemos perceber o patriotismo deste povo... uma bela cerimônia! Uma guarda toma conta do Mausoléu por todo o dia e ao final da tarde soldados vem buscar a guarda e fecha os portões. Olhem o cachorrinho... passava despercebido entre tantas pessoas apressadas seguindo seu rumo...

Ainda teve passeio pro Puerto Madero no mesmo dia! e o cansaço? a gente não presta atenção para que ele passe longe... as vezes uma parada para um alongamento de "panturrilhas"e ....

Nós com a ponte da Mulher ao fundo... vale andar por todo o percurso, antiga doca 1, 2, 3, 4, 5... agora Universidade, restaurantes, bares, escritórios.
É uma demonstração de como modificar e aproveitar espaços, visando ombem estar das pessoas e do turismo...

Para terminar o dia, um belo Churrasco, é logico, fazendo planos para os dias seguintes...