O plano original era ficar na Barra do Chuí só dois dias, de 13 a 15. Como só chegamos dia 14, para compensar o atraso resolvemos estender mais um dia, até dia 17...

Pode ser que pareça, aos desavisados, que faltem ocupações movimentadas e ativas na Barra do Chuí. Para quem olhar melhor, contudo, descobrirá: de fato não tem nada movimentado e ativo. O que tem é o tempo passando entre o café da manhã, a ida à praia (caso você queira andar toda ela, são mais de 250 km de praia, até a cidade de Rio Grande), observar o movimento na praia a partir do único bar de praia na Barra do Chuí (um trailer / bar chamado "Náufrago"), subir os molhes, olhar os uruguaios que tem sempre uma garrafa térmica (o "têrmo") e uma cuia de chimarrão no braço, gelar os seus pés desacostumados na água do mar ou entrar de corpo inteiro como os banhistas locais, pegar um sol de rachar (enquanto chove no resto do Brasil aqui no RS há seca).

Voce ainda pode percorrer a "longa" rua principal, que leva da entrada da cidade até o mar, e que se chama "carretera", influência uruguaia. Coisa única, esse passeio olhando as casas e o mar... se você souber aproveitar um passeio desses irá para o céu (caso não goste, é exclusivamente sua culpa, talvez esteja em pecado).
Se cansar das intensas atividades pode aproveitar o horário mais quente do dia descansando no ar condicionado do hotel (são poucos quartos assim, e voce pagara mais por isso) ou contentar-se com um ventilador, enquanto aguarda a noite com um dos céus mais lindos do sul do país; noite já instalada, passa a ponte sobre o Arroio Chuí, e vai à pizzaria rústica da Barra Uruguaia (chama-se "Um Lugar'), onde se faz uma pizza quadrada maravilhosa e
se puede beber una cerveza Patricia.

Mais um dia... A família gaúcha sabe receber pessoas com carinho (pelo menos família da Cláudia): aperitivos, chimarrão, petiscos, almoços e jantares com comida caseira, mas muito saborosos, cerveja e, se o frio ajudasse, vinho. O melhor é o que acompanha a comida: uma conversa gostosa, descompromissada, que também flui como ao sabor do vento, variando desde o estado da economia até o tema da novela e a história dos Campos Neutrais.
E assim, após aproveitar cada minuto de uma estada em que a única ocupação é não se ocupar, e em que a maior obrigação é não gerar obrigações, chega a hora de ir embora.

Malas por arrumar, as poucas coisas compradas nos
free shops também precisam ser acomodadas nas malas da moto, pois desta vez esquecemos de despachar roupas que não usaríamos no trajeto de volta pelo Correio, como em outras vezes fizemos, para liberar espaço. Daí começam os dilemas: e esta lata de amendoim com mel, levamos ou deixamos? E a barra de chocolate, onde não pegará calor? E a garrafa de água mineral? Dobra as roupas ou fazemos rolinhos? Leva algum tempo, mas as soluções aparecem e, enfim, coube tudo (menos uma água mineral de litro).
Nenhum comentário:
Postar um comentário